Com as alterações na Instrução 480/09 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que entrarão em vigor dia 2 de janeiro de 2023, as empresas que ainda não haviam dado a devida atenção aos indicadores de ESG tiveram (ou terão) que trabalhar nesta direção.
Afinal, cada vez mais os critérios de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance — ou Governança Socioambiental Corporativa, em português) serão considerados para atrair investidores, o que é essencial para a sustentabilidade de qualquer negócio. Usar a inteligência artificial (IA) é uma excelente forma de se preparar para esse desafio.
Mas qual é a relação entre IA e ESG?
A inteligência artificial já vem ajudando as empresas a se tornarem mais eficientes e a atingirem a excelência operacional há algum tempo. Seja por meio de tecnologias preditivas, de advanced analytics ou machine learning, a verdade é que não é mais possível basear-se apenas no histórico do mercado ou em observações empíricas para tomar boas decisões.
Com o avanço do ESG, o que inclui a exigência legal de que as empresas olhem para as questões de governança, diversidade e meio ambiente com mais seriedade, também é hora de aplicar a tecnologia para atingir os objetivos e contar com indicadores favoráveis, que atraiam investimentos.
A importância dos critérios de ESG para a imagem institucional
É interessante olhar o ESG menos como uma exigência e mais como uma oportunidade. Há expectativa de que mais de US$ 53 trilhões sejam atraídos em investimentos em empresas que tenham bons indicadores. Isso significa que estratégia ESG é uma forma de trazer melhorias para a sociedade como um todo, sem deixar de olhar para o bem-estar dos negócios: é uma maneira concreta de melhorar o mundo, endereçando as questões que precisam ser solucionadas em termos sociais e ambientais e, simultaneamente, garantir a sustentabilidade das empresas.
Ao mesmo tempo, ainda há benefícios evidentes para a imagem institucional. Afinal de contas, cada vez mais os investidores se preocupam em colocar seus recursos em negócios que tenham uma visão de futuro — o que inclui a própria viabilidade do planeta em longo prazo.
Assim, as empresas alinhadas com os critérios de ESG podem não só obter os ganhos financeiros dessa decisão, como também melhorar sua imagem perante a sociedade. Mas investir em ESG impõe uma atuação mais transparente, em que as pessoas consigam visualizar de forma clara o impacto real dos negócios do ponto de vista socioambiental e de governança. É assim que se ganha confiança dos investidores.
Como a IA pode impulsionar o ESG dentro das empresas?
A tecnologia pode ter um papel decisivo nas organizações que buscam avançar nos critérios de ESG nos próximos anos. A seguir, veja exemplos concretos de como isso pode ocorrer na prática em cada uma das esferas que compõem o ESG.
Environmental (Ambiental)
A análise prescritiva integra um grupo de soluções que utiliza dados, processos e algoritmos para realizar simular e otimizar ambientes de negócios. Desde que haja dados suficientes para conseguir modelar matematicamente o cenário, é possível obter muita informação relevante.
Por causa disso, essas soluções podem trazer inúmeras vantagens para os negócios:
- Tomada de decisão baseada em dados;
- Quantificação de riscos;
- Otimização da produção;
- Melhor gerenciamento da cadeia de suprimentos;
- Aumento da produtividade;
- Melhor gestão de estoques;
- Otimização de rotas;
- Melhores níveis de atendimento;
- Ampliação dos resultados financeiros, etc.
Considerando o foco em critérios ESG, a análise prescritiva torna palpável criar planos que minimizem, por exemplo, a quantidade de quilômetros rodados por caminhões e, por consequência, reduzam a quantidade de gás carbônico (CO2). Da mesma forma, podem ser desenvolvidos planos de produção que minimizem o uso de energia ou, ainda, a geração de resíduos.
Governance (Governança)
Ter uma equipe qualificada é essencial em qualquer empresa. Mas nem sempre o conhecimento de cada talento consegue gerar resultados práticos de forma ágil ou precisa, justamente por estar pulverizado em muitas cabeças diferentes.
As ferramentas analíticas surgem neste cenário como uma forma de reunir todo o saber técnico de uma organização e qualificar a governança do conhecimento de forma mais organizada — e potencialmente mais rápida e definida.
Hoje em dia já se fala bastante em governança multinível, ou seja, aquela que envolve diferentes stakeholders: não apenas aqueles que integram a organização do lado de dentro, mas também os que estão do lado de fora. ESG está diretamente ligado a isso — e as ferramentas analíticas podem ajudar nesta complexa observação com base em dados de todos esses stakeholders.
Além disso, a governança sempre envolveu questões que têm tudo a ver com ESG, como ética, transparência, equidade e responsabilidade social e ambiental. Assim, dar a devida atenção ao tema com o apoio da tecnologia se torna essencial para uma organização que deseja se fortalecer nesse critério.
Social
A tecnologia, é claro, também pode ser usada no aspecto social do ESG. E a própria UniSoma tem exemplos de como colocar suas soluções em prática com evidentes benefícios sociais em uma iniciativa própria: o Desafio UniSoma.
Criado em 2017, o desafio busca atrair jovens com o propósito de aproximar alunos de graduação e pós-graduação com o meio corporativo. O evento é uma espécie de “Hackathon” da Matemática Aplicada/Pesquisa Operacional que busca solucionar desafios de Organizações Não Governamentais (ONGs).
Em 2021, por exemplo, a ONG beneficiada foi a Fundação Eufraten. O problema a ser resolvido era ajudar a instituição a lidar com os créditos obtidos com a Nota Fiscal Paulista, uma de suas fontes de renda. Para solucionar esse problema de Data Science, foi proposta a criação de uma solução capaz de prever o quanto cada estabelecimento poderia arrecadar para a fundação em créditos e bilhetes.
Assim, poderia criar um ranking que prioriza o recolhimento das notas, além de o sistema indicar perfis de estabelecimento interessantes para a organização firmar novas parcerias. Ao final do desafio, a equipe da UniSoma entregou uma ferramenta capaz de solucionar as necessidades da ONG, a partir dos requisitos levantados.
ESG: sigla do momento — e do futuro!
O ESG veio para ficar, e a atração de investimentos por parte das organizações obrigatoriamente passará por critérios de governança e também por indicadores socioambientais nos próximos anos. Assim, preparar sua empresa para endereçar essas questões de forma inteligente e embasada é fundamental para alcançar o sucesso.
Com a maturidade digital que vem sendo atingida por muitas organizações, somada à capacidade de análise de dados e criação de soluções de especialistas como a UniSoma, é certo que muito pode ser feito. A união de IA e ESG é um casamento que tem tudo para ser duradouro e com alto potencial de ganhos para todos que decidirem seguir nessa jornada.
Quer saber mais a respeito? Entre em contato e vamos conversar para encontrar a melhor solução para o seu negócio!
*Michel Duran é Diretor de Marketing e Inovação da UniSoma. É Bacharel em Matemática Aplicada e Computacional pela Unicamp e possui MBA em Gestão de Empresas pela ESPM.