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*Eduardo Medeiros Milanez

 

A COVID-19 já ganhou o posto de verdadeira aceleradora da transformação digital nas empresas. E não é para menos, se antes da pandemia o assunto era tratado como tendência, atualmente, é tido como aspecto essencial para a sobrevivência de negócios e setores produtivos. Na siderurgia, um dos pilares da economia nacional, não é diferente.

Com a redução das operações por conta das determinações de isolamento social, a retomada do setor demandará esforços coordenados, sendo que as empresas que estiverem mais bem preparadas, suportadas por inteligência e ferramentas tecnológicas, estarão à frente de seus concorrentes.

 

Siderurgia

Ramo da metalurgia que se dedica à fabricação e tratamento de aços e ferros fundidos, com forte dependência do carvão como insumo, a siderurgia é uma das indústrias essenciais para o desenvolvimento econômico e social, por ser base para inúmeras outras indústrias e processos.

 

Ainda assim, o crescimento da demanda global por aço vem diminuindo e há interrupções no fluxo de comércio e queda na qualidade dos recursos, pressionando siderúrgicas a aderirem a processos mais eficientes.

 

Os desafios não param por aí. Regulamentações ambientais colocam restrições aos processos decisórios, tornando-os mais complexos e de difícil resolução, demandando cada vez mais inteligência para a tomada de decisão.

 

 

Transformação digital na siderurgia: como funciona

A transformação digital na siderurgia começa pelo mapeamento dos processos internos de tomada de decisão e identificação daqueles com maior potencial de retorno financeiro, justamente os candidatos a receberem uma camada adicional de inteligência. Dois fatores são essenciais neste momento: a complexidade e a escala do processo em questão.

 

Se a empresa trabalha com centenas ou milhares de SKUs, competindo por gargalos produtivos e logísticos, e se os seus planejamentos de produção e distribuição são feitos de forma manual, por meio de planilhas, e sem integração, então estes processos são bons proponentes a serem transformados digitalmente.

 

Os resultados são tanto diretos como indiretos. Os diretos estão relacionados aos KPIs do processo de tomada de decisão em questão. Se considerarmos, por exemplo, o problema de abastecimento de coquerias, o uso da inteligência artificial propicia a minimização do custo da mistura de redutores, garantindo os requisitos de qualidade da mistura e do coque decorrente.

 

Já na programação integrada das áreas de Aciaria e Laminação, a inteligência artificial tem o potencial de maximizar o enfornamento das placas à quente, com correspondentes ganhos energéticos, respeitando as restrições e condicionantes de formação dos caixões de laminação.

 

Em termos de ganhos indiretos, destaque para agilidade no processo decisório, ampliação da capacidade analítica da empresa e, mais importante, a apreensão, pela corporação, de um conhecimento empírico de seus colaboradores. Isso se traduz em diferenciais competitivos que passam a ser reconhecidos pelos clientes em forma de valor, com entregas mais rápidas e de menor custo.

 

Solução de problemas

O uso de recursos como inteligência artificial, por meio de modelos matemáticos, é um ótimo aliado na resolução de problemas operacionais do setor siderúrgico, sejam eles de natureza estratégica, técnica ou operacional. Isso porque a digitalização de processos decisórios propicia a redução de custos e amplia a competitividade das empresas no mercado.

 

Basta considerar a dependência de carvão para os processos siderúrgicos: um insumo essencial e que sofre ampla variação de preço, com alto potencial de impactar resultados. É aí que um planejamento analítico de longo prazo torna-se um ótimo aliado na determinação de equilíbrio e qualidade de estoque ideal para produzir as misturas e garantir o bom funcionamento dos altos-fornos.

 

As ferramentas analíticas se mostram eficientes também para solução de problemas como:

  • Planejamento tático/mestre da produção
  • Sequenciamento das linhas de produção
  • Reconfiguração da malha logística da empresa

 

Quebra de paradigma

Ainda que haja certa resistência de tomadores de decisão em relação às ações propostas pelos modelos matemáticos que, via de rega, quebram paradigmas e contrariam o senso comum, gestores precisam entender que não se trata mais de uma briga de egos entre quem sabe mais. As tecnologias evoluem a cada dia para otimizar processos complexos e oportunizar uma tomada de decisão embasada na análise de múltiplas variáveis – algo que uma mente humana, infelizmente, não tem capacidade de realizar, por mais capacitada que seja.

 

O sucesso na implantação de projetos de transformação digital requer, portanto, o desenvolvimento de habilidades analíticas e de comunicação daqueles que estarão diretamente envolvidos no uso das ferramentas derivadas desses projetos. Desta forma, conseguirão fazer o melhor uso possível dos modelos matemáticos, obtendo resultados mais assertivos e promovendo as mudanças necessárias.

 

Os gestores devem atentar-se de que a correta transformação digital dos processos decisórios não consiste em algo meramente tecnológico, de seleção de uma ferramenta. É necessária uma boa preparação que pode ser dividida em cinco etapas:

  1. Definição de um escopo coerente com as expectativas da alta-gerência;
  2. Participação dedicada do time no projeto, desde a fase inicial de especificação até a implantação final da solução;
  3. Aprimoramento das capacidades analíticas de quem fará uso do ferramental derivado do projeto – ou mesmo a contratação de novos recursos, com perfil adequado, quando necessário;
  4. Desenvolvimento de um plano de comunicação efetivo, que promova o engajamento de todos os stakeholders e garanta a mudança de mindset do time de projeto;
  5. Gerenciamento cuidadoso dos riscos do projeto.

 

Não há momento mais propício para iniciar o processo de transformação digital da indústria siderúrgica que não o agora. Automatize processos, reduza o tempo de atividades, evolua e inove seu modelo de negócios e melhore o planejamento e a tomada de decisões com o suporte de ferramentas desenvolvidas a partir de décadas de conhecimento e tradição em otimização e planejamento analítico da UniSoma.

 

 

*Graduado em Engenharia Mecânica-Aeronáutica pelo ITA, Mestre em Pesquisa Operacional pela Unicamp e Partner e CFO da UniSoma.

 

 

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