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Uma hora, 59 minutos e 40 segundos. Esse foi o tempo que garantiu ao queniano Eliud Kipchoge o recorde em uma maratona, corrida composta por 42.195m. O tempo é quase dois minutos mais rápido que o recorde mundial, conquistado anteriormente pelo próprio atleta. Pode parecer pouca diferença, mas para reduzir alguns poucos segundos em uma prova longa como essa, com certeza foi necessário muito treinamento, dedicação e superação física e mental. Feitos assim, de se superar um índice tão cobiçado e difícil, envolvem uma jornada bastante complexa.

 

Antes de se tornar o homem mais rápido do mundo em provas dessa categoria, o atleta, de família humilde, passou a infância em uma área rural do Quênia. Seu vizinho era Patrick Sang, um ex-atleta e treinador que, quando percebeu a velocidade e o potencial do garoto, se ofereceu para treiná-lo. Dali em diante, sua vida mudou. Para atingir o feito de ser um grande medalhista, foi necessário muito preparo e um volume de treinos considerável para chegar ao pódio.

 

Kipchoge ou qualquer outro atleta de ponta sabe que metas ambiciosas e de longo prazo exigem força de vontade e dedicação. Se livrar de costumes prejudiciais à saúde, dormir bem e acordar mais cedo todos os dias, dedicar horas semanais em academias para fortalecer músculos e ganhar condicionamento passam a fazer parte da sua rotina. Um acompanhamento com um profissional de nutrição também é determinante, afinal, a ingestão de alimentos corretos faz toda diferença para aguentar os treinos e provas.

 

Além disso, treinos podem parecer intermináveis até que se consiga ganhar a força e a agilidade necessárias nas pernas. Aqui, cabeça é tudo, e contar com o suporte emocional pode ser o grande diferencial quando temos atletas com o mesmo nível disputando um prêmio. Assim, o dia da fatídica prova e da conquista do índice em si é só uma fração do esforço e dedicação de vários anos do atleta e de uma equipe atuando coordenados e em prol de uma meta.

 

Você deve estar se perguntando: e o que isso tem de relação com o Analytics? Você pode não ter corrido uma prova tão longa quanto uma maratona, mas certamente trabalha com variáveis e dados que, se não manuseados corretamente, resultam em decisões pouco assertivas. Assim como partir para uma prova longa sem preparação, projetar demanda, planejar produção ou simular investimentos na malha logística sem a análise adequada pode ser um tiro no pé. Em outras palavras, a carreira de um atleta se assemelha à jornada analítica de uma empresa.

 

Jornada analítica

Este termo é usado para descrever a criação dos processos e ferramentas que permitam a aquisição, interpretação e análise de dados com o intuito de extrair informações ou insights que guiem as decisões ao longo de toda a cadeia de valor. Em outras palavras, metodologias de inteligência computacional e de ciência de dados, desenvolvidas em uma  jornada analítica, permitirão fazer análises que embasem todas as tomadas de decisão da empresa até que se atinja uma meta estabelecida, sugerindo caminhos otimizados e dando suporte para que ações sejam tangíveis — e não mais guiadas de maneira somente empírica – e para que gestores possam prever cenários de curto, médio e longo prazo, e encontrem respostas mais precisas para as demandas do seu dia a dia.

 

Analisando dados

Dentro da jornada analítica, existem diferentes abordagens no uso de dados, que variam conforme a informação que se busca e a decisão a ser tomada. A seguir vamos abordar cada uma delas, mostrando que tipo de pergunta é possível responder, se utilizando de um modelo analítico adequado:

 

  • Descritivo

“O que aconteceu ou está acontecendo na minha operação?”

Esse tipo de análise é importante para entender o passado e o presente. É baseada na combinação dos dados e em sua apresentação em formatos que permitam descobrir detalhes que a olho nu não são perceptíveis. Os exemplos mais claros de aplicações nessa abordagem são os B.I.s e os painéis de monitoramento remoto.

 

  • Diagnóstico

“Por que isso aconteceu ou está acontecendo na minha operação?”

É nesta etapa que começam os primeiros ensaios de correlações entre variáveis de modo a responder a esta questão. Aqui já são aplicadas técnicas de Estatística e de algoritmos de aprendizado para buscar as causas e entender o “peso” delas nos eventos em estudo. Tanto o descritivo quanto o diagnóstico têm um olhar muito forte para o passado e o presente; enquanto as próximas duas análises têm olhar para o futuro.

 

“O que vai acontecer no futuro?”

A ideia desta análise é combinar informações do passado, via inteligência computacional – e tentar extrair todas as sazonalidades, tendências e pontos extremos, como eventos que ocorrem atualmente no mercado e que diferem daqueles que são explicados pelo passado. As aplicações de Analitycs nessa etapa usa modelos estatísticos e machine learning para extrapolar previsões e determinar a probabilidade do que virá em seguida.

 

“O que eu devo fazer?”

Saber o que vai acontecer e saber o que fazer são situações completamente diferentes, e justamente por isso, a análise prescritiva faz parte de um grupo de soluções mais elaboradas. Ela tem como premissa fornecer informações sobre quais seriam os planos de ação mais interessantes, segundo um ou mais objetivos (maximização da margem de contribuição, por exemplo), com base em cenários futuros previstos. Ela utiliza dados, processos e modelos matemáticos para otimizar ambientes de negócios.

 

Desenhando o roadmap: nível de maturidade analítica

Para se tornar uma empresa analítica, o primeiro passo para qualquer organização é perceber em que etapa da jornada ela se encontra, com base em um modelo de maturidade analítica, para então definir onde se espera chegar.

 

Os passos para colocar a ideia do roteiro em prática são:

1º) Classificar a empresa de forma absoluta, segundo os critérios do modelo maturidade adotado, posicionando-a no nível mais adequado.

 

2º) Classificar a empresa de maneira relativa, comparando seu nível com o das outras empresas da mesma região, de mesmo porte ou área de atuação, segundo o mesmo modelo de maturidade.

 

) Analisar o gap entre o nível da empresa e de seus concorrentes ou outras empresas de referência e avaliar de que forma a organização vai alcançar ou manter o nível de maturidade que a coloque numa posição de liderança.

 

4º) Desenhar o roadmap, criando os passos necessários para se alcançar seu objetivo (preencher esse gap) e acompanhar de fato essa evolução.

 

Empresas de consultoria em Analytics ajudam a entender essa maturidade analítica de cada empresa Com conhecimento do mercado, elas fazem esse trabalho de levantamento e classificação para entregar um resultado não só com o posicionamento, mas com o gap e apontamentos de qual caminho deve ser priorizado para a evolução.

 

Os 4 pilares da jornada analítica

Para a execução da jornada analítica — e também para o desenvolvimento desse modelo de maturidade analítica —, é preciso um olhar apurado para quatro pilares: processos, ferramentas, pessoas e dados.

 

  • Processos

O ideal é que sejam automatizados e demandem menos interação humana. A melhoria de processos busca entender onde estão os gargalos da operação e propõe melhorias para corrigi-los. Abrange todas as etapas produtivas e usa aplicação de ferramentas de diagnóstico e mapeamento.

 

  • Ferramentas

Precisam ter base em Analytics, com inteligência computacional para dar suporte às decisões. A combinação de ferramentas analíticas customizada à iniciativa da melhoria de processos busca entender a curva de demanda e criar modelos de planejamento otimizado.

  • Dados

Precisam ser tratados com olhar de governança, estar acessíveis e com qualidade para dar suporte às decisões. São a base de todo o ferramental. No descritivo, por exemplo, é preciso disponibilidade e qualidade de dados, já no diagnóstico a ferramenta precisa ter um pouco mais de inteligência computacional para correlacionar esses dados. E no prescritivo, com um nível de complexidade grande, não são necessários dados históricos, mas sim do cenário atual.

 

  • Pessoas

Precisam ter cultura de Analytics, de experimentação, de deixar de executar para analisar. Essa cultura deve começar a ser desenvolvida em quem vai executar o ferramental e identificar novos cenários, mas se expandir para todo o time.

 

Esses 4 pilares precisam ser trabalhados simultaneamente. Em webinar realizado, a UniSoma divulgou o resultado de uma pesquisa preliminar com o nível de maturidade das empresas que se inscreveram no evento online. As que se declararam em um nível mais baixo de maturidade responderam que precisam investir em pessoas; as que estão em nível moderado precisam transformar os processos; e aquelas em nível alto têm que investir em dados e melhorar as ferramentas.

 

Mas somente uma boa jornada analítica pode orientar essas mudanças e trazer insights baseados nos próprios dados da empresa. O que é extremamente importante como uma vantagem competitiva no mercado e urgente nos dias atuais para a tomada de decisões.

 

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